Konstandinos Kavafis é, com Eliot, "o maior poeta da primeira metade do
século XX". Assim escreve Joaquim Manuel Magalhães na introdução ao volume
Os Poemas (Relógio d'Água). Esta integral Kavafis (154 poemas), em edição
bilingue minuciosamente anotada, é a terceira tradução portuguesa do colosso
grego, depois de uma versão de Jorge de Sena (1970) e de uma antologia
extensa de Magalhães e Nikos Pratsinis (1994), que aqui completam um
projecto antigo.
Grego de Alexandria, onde nasceu em 1863 (morreu em 1933), Kavafis foi um
discreto funcionário ministerial, um esteta melancólico e um homossexual
descomplexado. Anglófono, fascinado pelo esplendor da Antiguidade Clássica,
apenas publicou poemas em revistas e em plaquetes oferecidas aos amigos (a
primeira colectânea em livro, póstuma, é de 1935). Há muitas razões que
fazem de Kavafis um enormíssimo poeta 1) a serenidade clássica 2) a dicção
segura e impecável 3) a tristeza aristocrática 4) a cooptação do mito como
chave do presente 5) a escassez metafórica 6) o modo alusivo mas natural e
elegante como regista episódios eróticos.
Nesta edição imprescindível, Magalhães e Pratsinis abordam todas as
minudências linguísticas, onomásticas, textuais, métricas, rítmicas. Kavafis
apresenta algumas complexidades ocultas, visto que utilizava diferentes
níveis de linguagem e constantes cruzamentos entre uma erudição passadista e
o quotidiano mais prosaico. Magalhães lembra uma outra dialéctica decisiva
um magistral equilíbrio entre a impessoalidade e a dramatização
(pessoalíssima).
Estóico e hedonista, Kavafis é o poeta da temporalidade em todas as suas
facetas. E o poeta das vozes do passado e das vozes do presente "vozes
íntimas, vindas da ruína, a do tempo, a do quotidiano, a do desejo, tentando
atravessar essa ruína, tantas vezes em incitação da própria voz autoral,
através de sonhos fúteis de grandeza, de tensas paixões que sabem
encaminhar-se para o arruinamento. Contudo, todas essas vozes brilham, por
muito que sejam baços, inglórios, derrotados os tempos e os momentos que
procuravam a glória de um império, de um fim grandioso no perecimento, de um
amor imenso tornado passageiro pelo destino" (JMM).
Zen
Estudar o caminho de buda
É estudar a si mesmo
Estudar a Si mesmo
É esquecer-se de Si mesmo
Esquecer-se de Si mesmo
É estar iluminado por todas as coisas
Estar iluminado por todas as coisas
É libertar seu próprio corpo e mente
e o corpo e mente dos outros...
É estudar a si mesmo
Estudar a Si mesmo
É esquecer-se de Si mesmo
Esquecer-se de Si mesmo
É estar iluminado por todas as coisas
Estar iluminado por todas as coisas
É libertar seu próprio corpo e mente
e o corpo e mente dos outros...
Mestre Dogen
Quando Alguém Pergunta, " Qual o Caminho ? " O Zen Responde Simplesmente Caminhe...
Quando Alguém Pergunta, " Qual o Caminho ? " O Zen Responde Simplesmente Caminhe...
meu espaço
mensagem do petrô
texto sobre Ivan Petrovitch
UM "HAIJIN"
Como dizia Cézanne, "a sensibilidade caracteriza o indivíduo e,no seu grau mais elevado,distingue o artista."
Ivan Petrovitch é um verdadeiro artista,que vê as coisas e acontecimentos com olhos amanhecentes,às vezes de criança.
O mundo que as pessoas percebem,no cotidiano apressado,possui outras faces,inéditas,que os haicais de
Ivan captam,em "insights" criativos.
Dois exemplos:
incêndio na mata
galhos secos e retorcidos
ferem os olhos de Deus
são tantas estrelas
neste universo sem fim
cadê minha mãe ?
Impossível não perceber nestes poemas concisos a transcendente iluminação poética(principalmente no se-
gundo,já que se refere a estrelas...)
CLÁUDIO FELDMAN - autor de mais de 47 livros, professor e poeta.
lua
caqui
chuva
borboleta
10 de jul. de 2008
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